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Vale a pena estudar SCRUM em 2025? O papel do Framework na transformação ágil

Muitas empresas e profissionais questionam sua eficiência do SCRUM, apontando suas limitações e dificuldades na aplicação prática.

Nos últimos anos, tem crescido uma onda de descrédito em relação ao SCRUM. Muitas empresas e profissionais questionam sua eficiência, apontando suas limitações e dificuldades na aplicação prática.

Contudo, a realidade é que a maioria das empresas ainda está longe de possuir uma cultura verdadeiramente ágil.

E é exatamente nesse contexto que o SCRUM pode continuar sendo um ponto de partida valioso para evolução das práticas, processos, valores e das pessoas que compõem a dinâmica do desenvolvimento e sustentação de produtos digitais.

A onda de críticas ao SCRUM

Muitos argumentam que o SCRUM se tornou um modelo engessado e burocrático, limitando a agilidade que deveria promover.

Algumas empresas adotam a metodologia de forma dogmática, ignorando as particularidades do seu próprio ambiente e equipe.

O excesso de rituais e a rigidez na definição de papéis também são criticados, especialmente em empresas que possuem times menores e precisam de mais flexibilidade.

Outros pontos de crítica envolvem a comercialização excessiva do framework, com treinamentos e certificações que muitas vezes geram mais profissionais “certificados” do que efetivamente preparados para lidar com os desafios do mundo real.

Também é comum ver empresas adotando o SCRUM de forma superficial, apenas para cumprir uma exigência de mercado, sem realmente abraçar a mentalidade ágil.

A realidade das empresas e a necessidade de evolução

Apesar dessas críticas, a realidade é que a maioria das empresas ainda não tem processos bem definidos para desenvolvimento e sustentação de produtos digitais.

Muitas operam em modelos extremamente tradicionais, com pouca transparência, colaboração ineficaz entre times e uma cultura de comando e controle.

Nessas situações, qualquer framework que introduza melhorias na organização do trabalho, na definição de prioridades e na entrega de valor vai trazer benefícios.

Mais do que uma metodologia, a adoção de práticas ágeis deve ser vista como uma jornada de aprendizado e aprimoramento contínuo. Não basta adotar SCRUM e acreditar que isso, por si só, transformará a empresa.

É fundamental que haja uma evolução nas práticas, processos, valores e, principalmente, nas pessoas envolvidas no desenvolvimento dos produtos.

SCRUM como um primeiro passo para a agilidade

Apesar das suas “limitações”, o SCRUM pode funcionar como uma excelente “isca” para iniciar essa evolução. Ele é um framework didático, com papéis bem definidos, rituais claros e artefatos estruturados.

Isso facilita sua compreensão e implementação inicial, permitindo que times que nunca tiveram contato com agilidade possam experimentar os benefícios de ciclos curtos de entrega, inspeção e adaptação.

O ponto chave aqui é enxergar o SCRUM como um degrau, não como um destino final. Uma vez que o time e a empresa amadurecem na adoção de práticas ágeis, é natural que busquem adaptações no framework para torná-lo mais adequado à sua realidade.

Algumas empresas mantêm o ciclo de sprints, mas flexibilizam os papéis; outras migram para abordagens mais fluídas, como Kanban ou modelos baseados em fluxo contínuo. O importante é que a mudança não seja abrupta, mas sim um processo evolutivo e adaptativo.

Conclusão: ainda vale a pena estudar e implementar SCRUM?

A resposta é sim, mas com ressalvas. Para empresas que ainda não possuem uma cultura ágil consolidada, o SCRUM pode ser um excelente ponto de partida, pois oferece estrutura e clareza para iniciar essa jornada.

No entanto, é fundamental que ele não seja encarado como uma solução definitiva, mas sim como um meio para um fim maior: a evolução contínua na forma como os produtos digitais são desenvolvidos e sustentados.

A maturidade ágil de uma empresa não se mede apenas pela adoção de um framework, mas sim pela capacidade de seus times de entregar valor de forma eficiente, colaborativa e adaptativa.

Se o SCRUM ajudar nesse caminho, é uma ferramenta válida. Se, em algum momento, for necessário adaptá-lo ou substituí-lo por algo mais aderente à realidade da empresa, isso também faz parte do processo de aprendizado e evolução.

Portanto, antes de descartar o SCRUM, é importante avaliar o contexto da sua empresa e entender que a verdadeira transformação ágil vai muito além de qualquer metodologia ou framework. A agilidade está na cultura, nas práticas e, acima de tudo, nas pessoas que fazem parte dessa jornada.

Por Moisés Falcão

Reconhecido como Top Voice em Product Management no LinkedIn pela comunidade, com mais de 20 anos de experiência em produtos digitais. É Head de Produtos no Sistema Jornal do Commercio de Comunicação, além de articulista no Portal NE10, E-commerce Brasil e PapoDeDev. Também mantém a newsletter "Agilidade Executiva" no LinkedIn, onde compartilha insights sobre inovação, gestão de produtos e agilidade.

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