Nos últimos meses, cresceu entre publishers, criadores de conteúdo e desenvolvedores a preocupação com o impacto da inteligência artificial nas ferramentas de busca — especialmente com os recursos de AI Overviews e AI Mode no Google Search. A principal crítica: a IA estaria reduzindo o volume de tráfego orgânico que os sites recebem via buscas.
Em resposta, o próprio Google publicou um artigo oficial (06/08) defendendo o modelo atual de integração entre IA e busca tradicional. Segundo a empresa, os números mostram estabilidade no volume total de cliques orgânicos em relação ao ano anterior — com um detalhe importante: a qualidade média dos acessos aumentou.
“Por qualidade de clique, entendemos aqueles em que o usuário não retorna imediatamente à busca, indicando que o conteúdo visitado de fato atendeu ao interesse”, explica Liz Reid, VP de Google Search.
Tráfego mais qualificado, não menor
O Google afirma que os relatórios externos que indicam quedas bruscas de audiência estão baseados em metodologias falhas ou mudanças que ocorreram antes mesmo da IA ser integrada à busca. A empresa, por outro lado, afirma que o AI Overviews aumentou o volume de buscas e levou os usuários a formularem perguntas mais longas e complexas — o que, segundo eles, gerou mais links visíveis nas páginas de resultado e abriu novas oportunidades de exposição para os sites.
AI não é o fim do clique, diz o Google
A companhia reconhece que, para consultas simples — como previsão do tempo ou placares esportivos —, os usuários tendem a não clicar em links. Mas isso já ocorria antes com recursos como o Knowledge Graph. Para buscas mais elaboradas, o padrão de comportamento permanece: as pessoas querem se aprofundar, entender melhor um tema ou até comprar algo. E, nesses casos, os cliques continuam acontecendo — e com mais qualidade.
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O que o Google promete (e o que ainda preocupa)
Entre os principais compromissos que a Big Tech destaca estão:
- Modelos treinados para valorizar o conteúdo da web;
- Citações visíveis e links com destaque nas respostas da IA;
- Respeito a protocolos da web para que os sites possam controlar como (ou se) querem ser exibidos;
- Incentivo a conteúdo original, opiniões em primeira pessoa e formatos como vídeos, fóruns e podcasts.
A promessa é de que a IA na busca não substitua os sites, mas funcione como uma camada adicional de descoberta — um “atalho para o clique certo”.
Por que isso importa para quem desenvolve?
Para desenvolvedores, editores e profissionais de conteúdo, o recado do Google é claro: quem oferece conteúdo original, aprofundado e autêntico tende a sair ganhando nesse novo cenário de busca com IA.
É um momento de adaptação — mas também de oportunidade para reavaliar estratégias de SEO, investir em conteúdo útil e reposicionar sites para novas intenções de busca.
Leia a análise completa publicada por Liz Reid no Blog Oficial do Google:
👉 AI Search: More Queries, Higher Quality Clicks
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