Nos últimos dias, o nome The Velvet Sundown explodiu no Spotify — alcançando mais de 750 mil ouvintes mensais — e chamou atenção por seu som retrô, fotos estilizadas e uma estética que remetia ao rock clássico dos anos 70. Mas havia um detalhe crucial: nenhum integrante da banda existe de verdade.
Tudo foi criado por inteligência artificial: músicas, vozes, imagens promocionais e até as biografias. O caso, revelado por veículos como a CBC e o TechRadar, levantou uma série de discussões sobre ética, transparência e os limites da IA na indústria criativa.
🤖 Uma banda fake, com música real
A “banda” Velvet Sundown surgiu nas plataformas de streaming com uma identidade visual coesa, músicas que lembravam The Doors e um suposto porta-voz chamado Andrew Frelon, que se apresentava como integrante do grupo.
No entanto, investigações mostraram que o projeto era um experimento artístico criado inteiramente com ferramentas de IA, como o Suno AI, capaz de gerar músicas com letra, melodia e vozes sintéticas. As fotos dos integrantes também eram fabricadas por IA, usando prompts específicos para simular músicos vintage com perfeição.
🎭 O objetivo: provocar o sistema
Os criadores do Velvet Sundown se apresentaram como artistas interessados em provocar uma reflexão sobre a autenticidade na era digital. Em entrevistas, afirmaram que o projeto era uma crítica à forma como os algoritmos, as plataformas de streaming e o público reagem a conteúdo “fabricado”.
Mas a recepção foi mista. Parte da comunidade viu a iniciativa como uma provocação válida, enquanto muitos acusaram os envolvidos de oportunismo e manipulação de audiência. No Reddit, o projeto foi amplamente criticado como “um golpe disfarçado de arte”.
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📉 Reação das plataformas: um alerta tardio?
Até o momento, o Spotify e a Apple Music não etiquetam conteúdos gerados por IA, o que abriu espaço para que a “banda” crescesse sem ser detectada. O Deezer, por outro lado, já possui uma política ativa de identificação e marcação de músicas criadas com inteligência artificial.
Após a repercussão, o Spotify atualizou a bio do artista para informar que Andrew Frelon não está mais vinculado à conta, mas não removeu as músicas nem revelou medidas mais amplas sobre o tema.
🎼 O que está em jogo?
O caso Velvet Sundown é mais do que um experimento viral. Ele expõe uma série de desafios que as plataformas de streaming, selos musicais e artistas reais terão de enfrentar nos próximos meses:
- Quem detém os direitos autorais de uma música feita por IA?
- Como proteger a remuneração de artistas humanos em um cenário cada vez mais automatizado?
- Deve haver um selo obrigatório para músicas geradas por IA, assim como rótulos de conteúdo patrocinado?
🧠 Para devs, músicos e criadores: o futuro está (quase) aqui
A evolução de ferramentas como Suno AI, Udio e outras plataformas de geração de áudio por IA mostra que estamos entrando em uma nova fase da criação musical. E ela não é apenas técnica — é também filosófica, legal e econômica.
Para desenvolvedores, esse momento exige reflexão sobre os limites e as responsabilidades éticas ao usar inteligência artificial em produtos voltados ao entretenimento. Para músicos e criadores, é o início de uma disputa por visibilidade, autenticidade e valor artístico em meio a um oceano de algoritmos.
🔍 Quer saber mais?
- Entrevista com o suposto porta-voz, Andrew Frelon (CBC)
- Posicionamento do TechRadar sobre a crise de IA na música
✍️ Escrito por Papo de Dev
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